Pessoal,
Vejam esta matéria abaixo sobre a acessibilidade no Rio de Janeiro. É um motivo de preocupação para uma cidade que pretende realizar eventos como a copa do mundo de 2014 e as olimpíadas e paraolimpíadas de 2016.
Notícias
Adaptar-se para bem acolher a todos
Editorial , Jornal do Brasil
RIO - A nota 0 atribuída ao Rio de Janeiro por representantes do setor de turismo no quesito acessibilidade traz à luz a difícil realidade das pessoas que dependem de cadeiras de rodas ou sofrem outras limitações de mobilidade devido a deficiências físicas. A falta de rampas (em contraposição ao excesso de escadas) em locais de grande movimentação, as calçadas esburacadas, as ruas desniveladas e mal iluminadas, tudo torna ainda mais penoso o ir e vir de cadeirantes e deficientes. O problema toma proporções ainda mais amplas por se tratar de uma cidade-sede da Copa do Mundo de 2014 e aspirante aos Jogos Olímpicos – e Paraolímpicos – de 2016. Embora tardiamente, ainda há tempo de preparar a capital fluminense para todos os cidadãos que nela desejem viver, conviver ou simplesmente visitar.
Estudo realizado pela Rede de Desenvolvimento do Turismo Sustentável das regiões turísticas da cidade do Rio de Janeiro e Niterói (RedeTuris), detalhado ontem pelo JB, deixou patente a falta de infraestrutura em acessibilidade para deficientes em todos os estabelecimentos pesquisados. Foram verificadas as condições de quatro polos turísticos da cidade: Botafogo, Praça 15, Novo Rio Antigo e Tijuca (este último, incluído no levantamento devido à proximidade com o Maracanã, pièce de résistance da Copa no Brasil). Nenhum deles conseguiu nota acima de 0.
O maior problema dos portadores de deficiência que se aventuram a caminhar pela cidade é que, até hoje, a acessibilidade está restrita a ilhas dentro de projetos de urbanismo e ordenação pública. O primeiro – e, até onde se sabe, último – havia sido o Rio Cidade, realizado durante a primeira gestão de Cesar Maia (1993-1997) e a de seu secretário de Obras e, depois, sucessor, Luiz Paulo Conde (1997-2001). Os bairros contemplados no projeto receberam algumas obras que visavam a melhoria de acessos às calçadas e o nivelamento das vias. Depois disso, no entanto, o assunto parece ter sido esquecido pelo poder público – tendo sido ressuscitado só recentemente.
Na Lapa e adjacências, já está em andamento a construção de 37 rampas em calçadas – e a prefeitura adianta que há planos de estender o projeto a outras áreas da cidade, embora não mencione prazos. Em verdade, o projeto na região boêmia retoma, depois de quase 10 anos, a instalação de equipamentos para acessibilidade a portadores de deficiências físicas em projetos arquitetônicos no Rio. As obras devem ficar prontas até o fim do ano.
Sugestão já apresentada neste espaço há algumas semanas poderia resolver (ou, pelo menos, amenizar) a falta de sistemas de acesso para portadores de deficiência. Bastaria a inclusão obrigatória desses itens em obras de urbanismo e pavimentação. Ao mesmo tempo em que gasta vultosas somas em obras de paisagismo atreladas a megaprojetos, o poder público poderia investir pequenas verbas ligadas às intervenções corriqueiras da cidade. Assim, quando a prefeitura consertasse uma calçada ou refizesse o asfalto de uma rua, teria de pensar na acessibilidade. Não apenas as áreas nobres e turísticas ganhariam com isso, como também a coletividade dos cariocas e seus visitantes.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
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O Rio de Janeiro tem a obrigação de manter ou até mesmo ser ainda melhor que Londres com relaçao a acessibilidade. Mais importante que construir Ginásios ultramodernos é fazer com que as pessoas tenham acesso a estes locais.
ResponderExcluirEm São Paullo é até comum ver ônibus adaptados para o transporte de cadeirantes, mas no Rio eu particularmente nunca vi. É importante a cidade se preocupar com o deficiente físico no período da olímpiada e principalmente não se esquecer dele depois que ela acabar.
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